A Teoria de Nash aplicada ao Terceiro Setor

A Teoria dos Jogos ou Teoria de Nash aplicada ao Terceiro Setor é a defesa da cooperação entre as entidades. O verdadeiro objetivo de uma organização deste setor é maximizar os resultados para a sociedade civil. 

Isso pode acontecer quando todas trabalharem em conjunto, considerando as ações das demais. Entenda melhor sobre o tema!

O que é a Teoria de Nash

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A Teoria de Nash é mais conhecida como Teoria dos Jogos. De acordo com ela, as decisões de dois ou mais atores são interdependentes. Isso significa dizer que a ação de um interfere na ação do outro, e que só há ganhos quando as ações em cadeia atingem o equilíbrio (equilíbrio de Nash). 

John Nash Jr. ganhou o prêmio Nobel de 1994 e sua história foi retratada no filme Uma Mente Brilhante, ganhador do Oscar de 2002.

Para explicar melhor a Teoria de Nash, utilizamos como exemplo o “dilema do prisioneiro”. Imagine que A (azul) e B (vermelho) não se conhecem e foram presos por porte de drogas. Com isso, existem 4 cenários nesta situação:

  • Silêncio (negação do crime): A e B pegam 5 anos de prisão;
  • Confissão de A e negação de B: A é solto, e B pega 10 anos de prisão.
  • Confissão de B e negação de A: B é solto, e A pega 10 anos de prisão.
  • Confissão de ambos (afirmação do próprio crime): A e B pegam 5 anos de prisão.

Imagem: Google Images / Gente que Educa

Na teoria, a situação mais favorável para ambos é que se mantenham em silêncio. Entretanto, colocando-se no lugar dos criminosos, é possível pensar que, diante da ausência de lealdade entre eles, a outra parte vai escolher a opção mais vantajosa para si.

Ou seja, escolherá a confissão. Pensando como A: “se eu ficar silente, pego 2 anos, mas se eu confessar, posso ser solto”. B pensará da mesma forma. Diante disso, o cenário mais interessante é a confissão de ambos. Isso porque o comportamento do outro é imprevisível. Se B ou A negar, e o outro confessar, a pena é altíssima.

Portanto, o melhor cenário é chamado de Equilíbrio de Nash. Cada um possui uma estratégia, mas a interação delas muda o resultado. 

Por definição, o Equilíbrio de Nash é “um sistema estável, com vários participantes interagindo, no qual nenhum deles pode ganhar por uma mudança de estratégia se os outros jogadores permanecem inalterados”.

Analise a imagem novamente. Nos 4 cenários, congele a situação de um criminoso. Tomemos como exemplo a situação em que ambos negam. A e B podem melhorar sua situação se confessarem (mudança de estratégia). A mudança provocou ganho, então não é equilíbrio de Nash.

Por outro lado, considere o cenário em que ambos confessam. Não há como obter ganho se o outro não modificar a estratégia. Ou seja, “nenhum deles pode ganhar por uma mudança de estratégia se outros jogadores permanecem inalterados”. Esse é o Equilíbrio de Nash. 

Em suma, os “jogadores” pensam em atuar de forma vantajosa para si, mas, ao considerarem a possível conduta dos outros, atuam de forma vantajosa também para o grupo. É um pensamento mais colaborativo do que competitivo, o contrário de Adam Smith.

Adam Smith, considerado o pai da economia, acreditava que, em um cenário competitivo, cada um deve olhar para seu interesse.

Cooperação: a Teoria de Nash aplicada ao Terceiro Setor

Boa parte das pessoas não foi estimulada a interagir de forma cooperativa em conflitos quando da formação da personalidade. Diante disso, a premissa que vivemos no mundo é direcionada à competição. Como as diretorias das entidades do Terceiro Setor são compostas por pessoas, é também a competição que o rege.

Entretanto, se utilizarmos o pensamento de Nash nas ONGs, OSCIPS, OSC e demais entidades, é possível criar um ambiente de cooperação. A interação entre atores os faz perceber que as ações são interdependentes, e que cada uma delas influencia diretamente em outras. A ideia aqui é atender aos interesses de cada entidade e de todo o Terceiro Setor.

Quando se adota uma postura competitiva, os resultados individuais são inferiores aos que poderiam ser obtidos com uma dinâmica cooperativa. Um exemplo simples são os eventos do setor que acontecem quase que simultaneamente e discutem temas semelhantes. 

Na ânsia de obter destaque individualizado, as instituições não se comunicam para organizar um único evento. Resultado: baixa participação em todos eles.

A atuação conjunta das entidades do Terceiro Setor é a única forma de atender aos propósitos dele, que é potencializar os resultados em benefício da sociedade civil. 

Quando há um pensamento cooperativo, a instituição que consegue benefícios para si alimenta todo o ecossistema, funcionando como um trampolim para as demais. Os ganhos são maiores em conjunto, sem dúvidas.

A aplicação da Teoria de Nash ao Terceiro Setor pode gerar muitos benefícios para as entidades, em especial em momentos de crise. O que você pensa sobre o assunto? Deixe o seu comentario em nossas redes sociais. https://www.facebook.com/InstitutoTecnoarte