Imagem cedida pela equipe da SEMA
No dia 3 de junho de 2024, Guapimirim deu um passo significativo na construção de um futuro mais sustentável com a realização da oficina para a elaboração do Programa Municipal de Educação Ambiental (PROMEA). O evento, que ocorreu no sítio Caminhos da Rosa, contou com a participação de diversos setores da sociedade civil e do poder público municipal, reafirmando o compromisso com uma educação ambiental crítica, transformadora e emancipatória.
Os proprietários do sítio, Michelle Baldini Carreira e Rodrigo de Andrade Carreira, gentilmente cederam o espaço para os debates. A abertura da reunião foi conduzida por Wander de Souza Dias Guerra e Sandra Helena Arruda da Silva, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, que destacaram a importância histórica do plano e as ações de educação ambiental em Guapimirim. Eles enfatizaram a relevância da atual etapa de consolidação do programa, que se transformará em um Decreto.
A oficina contou com a presença de representantes de diversas associações e entidades, incluindo a Associação Agroecológica do Fojo, a Associação Agroecológica do Socavão, o Instituto Tecnoarte, a Sociedade da Mulher Guerreira, a Associação Cultural Nascente Pequena, o Convention Guapimirim, a Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (FEEMERJ) e o Seringal de Guapimirim. Também participaram membros das Secretarias Municipais de Educação, Cultura e Economia Criativa, e Turismo.
Francisco Pontes de Miranda Ferreira, do Instituto Tecnoarte, abriu o debate ressaltando a importância de evitar que o PROMEA se torne apenas mais um documento sem reconhecimento e engajamento da comunidade. Ele destacou a necessidade de um programa que fortaleça os movimentos sociais e recomendou o uso de técnicas de cartografia social, educomunicação e Pesquisa-Ação.
Imagem cedida pela equipe da SEMA
Thiago Godoy Martins, da Secretaria de Cultura, defendeu a importância de resgatar a história e incentivar o conhecimento dos patrimônios materiais e imateriais do município. Ele argumentou que o pertencimento é essencial para a proteção do meio ambiente e a conquista da justiça social e ambiental. Bruno Souza, do Núcleo de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Magé, ressaltou a necessidade de um projeto de educação ambiental não-colonial, citando o pesquisador da Martinica, Malcom Ferdinand, e seu livro “Uma Ecologia Decolonial”.
Mônica Patrícia Baldino, da Sociedade da Mulher Guerreira, chamou a atenção para o racismo ambiental e a dificuldade de voz da sociedade civil em grandes encontros internacionais, como a COP Dubai de 2023. Rosângela Azevedo dos Santos Silva, coordenadora de ciências da Secretaria de Educação, compartilhou suas experiências com trabalhos de campo para o reconhecimento do território e desenvolvimento do pertencimento entre os alunos.
Maria Emilia Nascimento, diretora do Instituto Tecnoarte, argumentou a favor da democratização do programa e destacou o compromisso de todos com uma visão coletiva. Igor Simioni Homem de Carvalho, da Associação Agroecológica do Fojo e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), enfatizou a valorização das iniciativas da sociedade civil e expressou preocupação com o crescente individualismo entre os jovens.
Imagem cedida pela equipe da SEMA
A construção do PROMEA é um exemplo concreto da busca por uma sociedade mais justa, essencial para um meio ambiente saudável. O documento destaca a importância dos povos e comunidades tradicionais, a decolonização, o fortalecimento da agroecologia e das tecnologias sociais, a inclusão das Pessoas com Deficiência (PCD), o pertencimento e a história regional, e promove a participação ampla da sociedade de forma crítica, transformadora e emancipatória. Agora, o desafio é transformar esse documento em ações concretas, com o esforço de todos.
Texto: Francisco Pontes de Miranda Ferreira
Imagens: Cedidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade